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Frédéric Bastiat

agricultura...  Assim como havia cargos destinados à con-

dução dos exércitos, havia também outros para zelar pelo 

trabalho do campo...  O povo persa tinha pela autoridade 

real um respeito que chegava às raias do excesso.

E, de acordo com Bossuet, o povo grego, embora mais inteligen-

te, não tinha também o sentido de seu próprio destino.  Como cães 

e cavalos, os gregos não podiam por si próprios inventar os mais 

simples jogos:

Os gregos, naturalmente cheios de inteligência e de co-

ragem, foram desde cedo educados por reis e coloniza-

dores vindos do Egito.  De lá, aprenderam os exercícios 

do corpo, a corrida a pé, a cavalo, em carros...  O que os 

egípcios lhes ensinaram de melhor foi a serem dóceis, a 

se deixarem formar por leis objetivando o bem público.

ideiA


 

dA

 



humAnidAde

 

pASSivA



Não se pode discutir que essas teorias clássicas (levadas avante pe-

los escritores da época, pelos legisladores, economistas e filósofos) es-

tabeleceram que cada coisa veio para o povo de uma origem estranha 

a ele próprio.

Como outro exemplo, tomemos Fénelon

4

.



Ele foi testemunha do poder de Luís XIV.  Isto, e mais o fato de 

se ter nutrido nos estudos clássicos e na admiração pela Antiguida-

de, naturalmente fizeram com que Fénelon aceitasse a ideia de que a 

humanidade era passiva, e de tanto que suas infelicidades como sua 

prosperidade, suas virtudes como seus vícios lhe advinham de uma 

ação exterior, proveniente das leis ou dos legisladores.  Assim, no seu 

utópico Salento, ele mostra os homens com todos os seus interesses, 

faculdades, desejos e bens, sob a discreta tutela dos legisladores.  Em 

qualquer circunstância as pessoas não decidem por si próprias, mas 

sim o príncipe.  Nele residem o pensamento, a previdência, o prin-

cípio de toda organização, de todo o progresso e, por conseguinte, a 

responsabilidade.

Para provar isto, bastar-me-ia transcrever aqui todo o livro de 

Telêmaco.  Remeto a ele os leitores e me contento em citar algumas 

passagens, tomadas ao acaso, neste célebre poema, do qual, em outro 

plano, sou o primeiro a celebrar o valor.

 Nota do tradutor para o inglês: “Arcebispo, escritor e instrutor do Duque de Borgonha.”




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A Lei


o

S

 



SociAliStAS

 

ignorAm



 

A

 



rAzão

 

e



 

oS

 



fAtoS

Com a surpreendente credulidade que é típica dos clássicos, Fénelon 

ignora a autoridade da razão e dos fatos, quando atribui a felicidade geral 

dos egípcios não à sua própria sabedoria, mas à sabedoria de seus reis: 

Ao olharmos as margens dos rios, percebíamos cidades 

opulentas, casas de campo agradavelmente situadas, terras 

que se cobriam a cada ano de douradas colheitas em pra-

dos cheios de rebanhos, trabalhadores cansados sob o peso 

dos frutos que a terra oferece, pastores que faziam ecoar 

por toda parte o doce som de suas flautas e de seus pífaros.  



Feliz, dizia Mentor, o povo que é conduzido por um rei sábio.

E Mentor me fazia notar a alegria e a abundância espalha-

das por todo o campo no Egito.  Aí se podiam contar até 

vinte e duas mil cidades.  A justiça feita a favor do pobre



contra o rico; a boa educação das crianças, acostumadas à 

obediência, ao trabalho, à sobriedade, ao amor pelas artes 

e pelas letras; a exatidão com que todas as cerimônias re-

ligiosas eram celebradas, o desinteresse, o desejo da hon-

ra, a fidelidade aos homens e o temor aos deuses, tudo 

isso inspirado pelos pais aos filhos.  Ele não se cansava de 

admirar esta bela ordem.  Feliz, me dizia ele, o povo que 

um rei sábio conduz desta maneira.

Sobre Creta, Fénelon descreve um idílio ainda mais sedutor.  Em 

seguida, coloca na boca de Mentor as seguintes palavras:

Tudo o que vocês veem nesta ilha maravilhosa é fruto das 

leis de Minos.  A educação que ele estabeleceu para as 

crianças torna o corpo sadio e robusto.  Elas são inicial-

mente acostumadas a uma vida simples, frugal e laboriosa; 

supõe-se que qualquer prazer dos sentidos amolece o corpo 

e o espírito; não se lhes propõe jamais outro prazer que o 

de serem invencíveis, através da virtude e da conquista da 

glória...  Aqui se castigam três vícios que entre outros po-

vos são impunes: a ingratidão, a dissimulação e a avareza.  

Quanto ao fausto e à preguiça, não se tem jamais necessida-

de de reprimi-los, pois são desconhecidos em Creta...

Não se permitem nem mobiliário precioso, nem festins 

deliciosos, nem palácios dourados.

É assim que Mentor prepara seu aluno para moldar e manipular 

— sem dúvida nas melhores das intenções — o povo de Ítaca.  E para 




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Frédéric Bastiat

convencer os alunos da sabedoria de suas ideias, Mentor recita-lhes o 

exemplo de Salento.

É deste tipo de filosofia que recebemos nossas primeiras ideias po-

líticas!  Ensinaram-nos a tratar as pessoas como um instrutor de agri-

cultura ensina aos agricultores a preparar e a cuidar do solo.

u

m



 

nome


 

fAmoSo


 

e

 



umA

 

ideiA



 

Agora ouçam o famoso Montesquieu sobre o mesmo assunto:



Para manter o espírito de comércio, é necessário que to-

das as leis o favoreçam.  Essas leis, por suas disposições, 

dividindo as fortunas à medida que são feitas no comér-

cio, deveriam prover cada cidadão pobre de circunstân-

cias que lhe facilitassem trabalhar como os demais.  As 

mesmas leis deveriam pôr cada cidadão rico em circuns-

tâncias tão medíocres que tivessem necessidade de traba-

lhar para conservar ou para ganhar...

Assim, as leis dispõem sobre todas as fortunas!

Apesar de, na democracia, a igualdade verdadeira ser a 

alma do estado, é, entretanto, tão difícil alcançá-la, que 

uma exatidão extrema a esse respeito não seria sempre 

conveniente.

Basta que se estabeleça um censo que reduza ou fixe essas 

diferenças dentro de um certo limite.

Depois disso, é tarefa para as leis específicas igualar as 

desigualdades, através de encargos impostos aos ricos e 

concessões de alívio aos pobres...

Aqui, novamente, encontramos a ideia de igualar fortunas pela 

lei, pela força.

Na Grécia, havia dois tipos de república”.  Uma, Esparta, 

era militar; a outra, Atenas, era comercial.  Na primeira, 

desejava-se que os cidadãos fossem ociosos; na segunda, 

que amassem o trabalho.  

Note-se a extensão do gênio que foi necessário a esses legis-

ladores para ver que, colocando em choque todos os costu-

mes recebidos, confundindo todas as virtudes, eles mostra-

riam ao universo sua sabedoria; Licurgo deu estabilidade à 

cidade de Esparta, combinando o roubo com o espírito da 



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