A educação é a prática mais humana, considerando-se a profundidade e a amplitude de sua influência na existência dos homens



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de perfeição que a razão nos fornece. Essas disposições se estendem e se afirmam na medida em que nos tomamos mais sensíveis e mais esclarecidos; mas, constrangidos por nossos hábitos, elas se alteram mais ou menos sob a influência de nossas opiniões: A dessa alteração, elas são aquilo a que chamo em nós a natureza. É pois a essas disposições primitivas que tudo se deveria reportar; e isso seria possível se nossas três educações fossem tão-somente diferentes: mas que fazer quando são opostas? Quando, ao invés de educar um homem para si mesmo, se quer educá-lo para os outros? Então o acerto se faz impossível. Forçado a combater a natureza ou as instituições, cumpre optar entre fazer um homem ou um cidadão, porquanto não se pode fazer um e outro ao mesmo tempo. Toda sociedade parcial, quando restrita e bem unida, aliena-se da grande. Todo patriota é duro com os estrangeiros: são apenas homens, nada são a seus olhos. Tal inconveniente é inevitável, mas é fraco. O essencial é ser bom à gente com a qual se vive. Com os de fora o espartano era ambicioso, avarento, iníquo; mas o desinteresse, a eqüidade, a concórdia reinavam dentro dos muros de sua cidade. Desconfiai desses cosmopolitas que vão buscar em seus livros os deveres que desdenham cumprir em relação aos seus. Tal ou qual filósofo ama os tártaros, para ser dispensado de amar seus vizinhos. O homem natural é tudo para ele; é a unidade numérica é o absoluto total, que não tem relação senão consigo mesmo ou com seu semelhante. O homem civil não passa de uma unidade fracionária presa ao denominador e cujo valor está em relação com o todo, que é o corpo social. As boas instituições sociais são as que mais bem sabem desnaturar o homem, tirar-lhe sua existência absoluta para dar-lhe outra relativa e colocar o eu na unidade comum, de modo que cada particular não se acredite mais ser um, que se sinta uma parte da unidade, e não seja mais sensível senão no todo. Um cidadão de Roma não era nem Caio, nem Lúcio; era um romano; amava mesmo uma pátria exclusivamente sua. Regulo pretendia ser cartaginês, como se tendo tomado a propriedade de seus senhores. Na qualidade de estrangeiro, recusava-se a ter assento no senado de Roma; foi preciso que um cartaginês lho ordenasse. Indignava-o que lhe quisessem salvar a vida. Venceu, e voltou triunfante para morrer supliciado. Isso não tem muita relação, parece- me, com os homens que conhecemos. (...)

Resta enfim a educação doméstica ou a da natureza, mas que será para os outros um homem unicamente educado para si mesmo? Se o duplo objetivo que se propõe reunir-se num só, por ventura num só, eliminando as contradições do homem eliminar-se-ia um grande obstáculo à sua felicidade. Para julgar, fora preciso vê-lo inteiramente do; fora preciso ter observado suas tendências, visto seus progressos, acompanha sua evolução; fora preciso, em poucas palavras, conhecer o homem natural. Creio que alguns passos terão sido dados nessas pesquisas em se lendo este livro. Pág.96

Para formar esse homem raro que devemos fazer? Muito, sem dúvida: impedir que nada feito. Quando não se trata senão de ir contra o vento, bordeja-se; mas se o mar agitado e se quer não sair do lugar, cumpre lançar a âncora. Toma cuidado, jovem piloto, para que o cabo não se perca ou que tua âncora não se arraste, a fim de que o barco não derive antes que o percebas. Na ordem social, em que todos os lugares estão marcados, cada um deve ser educado para o seu. Se um indivíduo, formado para o seu, dele sai, para nada mais serve. educação só é útil na medida em que sua carreira acorde com a vocação dos pais; em qualquer outro caso ela é nociva ao aluno, nem que seja apenas em virtude dos preconceitos que lhe dá. No Egito, onde o filho era obrigado a abraçar a profissão do pai, a educação tinha, pelo menos, um fim certo. Mas, entre nós, quando somente as situações existem e os homens mudam sem cessar de estado, ninguém sabe se, educando o filho para o seu, não trabalha contra ele. Na ordem natural, sendo os homens todos iguais, sua vocação comum é o estado de homem; e quem quer seja bem educado para esse, não pode desempenhar-se mal dos que comesse se relacionam. Que se destine meu aluno à carreira militar, à eclesiástica ou à advocacia pouco me importa. Antes da vocação dos pais, a natureza chama-o para a vida humana. Viver é o ofício que lhe quero ensinar. Saindo de minhas mãos, ele não será, concordo, nem magistrado, nem soldado, nem padre; será primeiramente um homem. Tudo o que um homem deve ser, ele o saberá, se necessário, tão bem quanto quem quer que seja; e por mais que o destino o faça mudar de situação, ele estará sempre em seu lugar. Occupavi te, Fortuna, atque cepi; omnesque aditus tuos interclusi, ut ad me aspirare non posses. Nosso verdadeiro estudo é o da condição humana. Quem entre nós melhor sabe suportar os bens e os males desta vida é, a meu ver, o mais bem educado; daí decorre que a verdadeira educação consiste menos em preceitos do que em exercícios. Começamos a instruir-nos em começando a viver; nossa educação começa conosco; nosso primeiro preceptor é nossa ama. Por isso, esta palavra educação tinha, entre ~s antigos, sentido diferente do que lhe damos hoje: significava alimento. Educit obstetrix, diz Varrão; educat nutrix, instituit pedagogus docet magister. Assim, a educação, a instituição, a instrução são três coisas tão diferentes em seu objeto quanto a governante, o preceptor e o mestre. Mas tais distinções são mal compreendidas; e para ser bem orientada a criança deve seguir um só guia. É preciso portanto generalizar nossos pontos de vista e considerar em nosso aluno o homem abstrato, o homem exposto a todos os acidentes da vida humana. Se os homens nascessem arraigados ao solo de um país, se a mesma estação durasse o ano todo, se cada qual se prendesse a seu destino de maneira a nunca poder mudar, a prática estabelecida seria boa até certo ponto; a criança educada para sua condição, dela não

Pág.97 saindo nunca, não poderia ser exposta aos incovinientes de outras. Mas, dada a mobilidade das coisas humanas, dado o espírito inquieto e agito transforma a cada geração, poder-se-á conceber um método mais insensato que o de educar uma criança como nunca devendo sair de seu quarto, como devendo achar-se cercada dos seus? Se o infeliz dá um só passo na terra, se desce um s6deWau, está perdido. Não é isso ensinar-lhe a suportar a dor; é exercitá-lo a senti-la. Não se pensa senão em conservar a criança; não basta; deve-se-lhe ensinar a conservar-se em sendo homem, a suportar os golpes da sorte, a enfrentar a opulência e a miséria, a viver, se necessário, nos gelos da Islândia ou no rochedo escaldante de Malta. Por maiores precauções que tomeis para que não morra, terá contudo que morrer. E ainda que sua morte não fosse obra de vossos cuidados, ainda assim estes seriam mal entendidos. Trata-se menos de impedi-la de morrer que de fazê-la viver. Viver não é respirar, é agir; é fazer uso de nossos órgãos, de nossos sentidos, de nossas faculdades, de todas as partes de nós mesmos que nos dão o sentimento de nossa existência. O homem que mais vive não é aquele que conta maior número de anos e sim o que mais sente a vida.

ROUSSEAU, Jeun-Jocques. Emílio ou da educação. São Paulo, Difusão Européia do Livro 1968

ANÁLISE E REFLEXÃO

1. Anote os principais conceitos observados por você nos textos de Rousseau.

2. Você vê possibilidade de aplicação prática das teorias pedagógicas de Rousseau? Escreva sobre isso.

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Uma educação é para mim simboliza por uma árvore plantada perto de águas fertilizantes. Uma pequena semente que contém o germe da árvore, sua forma e suas propriedades é colocada no solo. A árvore inteira é uma cadeia ininterrupta de partes orgânicas, cujo plano existia na semente e na raiz. O homem é como a árvore. Na criança recém-nascida estão ocultas as faculdades que lhe hão de desdobrar-se durante a vida; os órgãos do seu ser gradualmente se formam, em uníssono, e constróem a humanidade à imagem de Deus. A educação do homem é um resultado puramente moral. Não é o educador que lhe dá novos poderes e faculdades, mas lhe fornece alento e vida. Ele cuidará apenas de que nenhuma influência desagradável traga distúrbios à marcha do desenvolvimento da natureza. Os poderes morais, intelectuais e práticos do homem devem ser alimentados e desenvolvidos em si mesmos e não por sucedâneos artificiais. Deste modo, a fé deve ser cultivada pelo nosso próprio ato de crença, e não com argumentos a respeito da fé; o amor pelo próprio ato de amar, não por meio de palavras a respeito do amor; o pensamento, pelo nosso próprio ato de pensar, não por mera apropriação dos pensamentos de outros homens, e o conhecimento, pela nossa própria investigação, não por falações intermináveis sobre os resultados da arte e da ciência.

PESTALOZZI, J. H. Como Gertrudes ensina a seus filhos. In LARROYO, Francisco. História geral da pedagogia, Tomo II. São Paulo, Mestre Jou 1974

ANALISE E REFLEXAO

1. Explique as seguintes afirmações de Pestalozzi:

a) "O educador cuidará apenas de que nenhuma influência desagradável traga distúrbios à marcha do desenvolvimento da natureza (do homem)".

b) "Os poderes morais, intelectuais e práticos do homem devem ser alimentados e desenvolvidos em si mesmos e não por sucedâneos artificiais".

2. Escreva sobre a importância que o Internato de Yverdon teve para o

século


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SOBRE O MÉTODO DE ENSINO

Há mestres que atribuem o maior valor à análise minuciosa do mínimo, que fazem os alunos repetirem de modo igual aquilo que disseram. Outros preferem ensinar em forma de conversação e concedem também a seus

discípulos muita liberdade na expressão. Há outros todavia que exigem sobretudo os pensamentos ca4tais e com uma precisão completa e uma conexão prescrita. Por último, alguns se exercitam autonomamente na reflexão ordenada. Disto podem nascer formas de ensino diferentes; mas não é necessário que Aprender muito , como é costume, umas e se excluam as outras; o que se deve perguntar é se cada uma presta algum serviço à educação múltipla. Pois quando se tem que aprender muito é necessário a análise para não cair na confusão. Esta pode começar pela conversação, prosseguir salientando os pensamentos principais e concluir por uma auto-reflexão ordenada. Clareza, associação, sistema, método. Em um estudo mais detido vê-se que estas formas de ensino não devem

excluir-se mutuamente, e sim seguir-se umas às outras em cada círculo de objetos de ensinar ou menor, na ordem indicada. Porque: em primeiro lugar o principiante só pode avançar lentamente; os passos menores são para ele os mais seguros; há de deter-se em cada ponto o necessário para compreender justamente o particular, e durante essas Parada deve dirigir, inteiramente, a este destaque seus

pensamentos. Por isso, no começo arte

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de ensinar depende, sobretudo, de que o mestre saiba decompor o objeto em suas portes menores, para não dar saltos inconscientemente. Em um segundo momento, no que se refere à associação, ela não pode realizar-se, principalmente no início, simplesmente de um modo sistemático. No sistema cada ponto tem seu lugar determinado; neste lugar está imediatamente Ligado aos outros pontos próximos e separados de outros pontos afastados aos quais se une por pontos intermediários; a forma de ligação também não é sempre a mesma. Além disso, um sistema não deve ser simplesmente aprendido, mas também empregado, aplicado e muitas vezes completado com novas adições que devem ser introduzidas nos lugares correspondentes. Isto exige habilidade para movimentaras idéias partindo de um ponto a outro. Por isso deve ser em parte preparado e, em parte, exercitado um sistema. A preparação reside na associação; a esta tem que se seguir o exercício de reflexão metodica. A princípio-enquanto o problema principal seja a clareza do particular- convém as palavras breves e o mais inteligíveis possível, e com freqüência será oportuno fazê-las repetir exatamente por alguns alunos (não por todos) depois de pronunciadas (é conhecida a pronunciação simultânea rítmica de todos os alunos, que não sem êxito foi tentada em algumas escolas e que pode convir de vez em quando nos primeiros graus da instrução das crianças menores). Para a associação, o melhor meio é a conversação livre, porque com ela o aluno encontra ocasião de investigar, modificar e multiplicar os enlaces casuais das idéias, na forma mais cômoda e mais fácil para ele, e de apropriar-se a seu modo do aprendido. Com isto se evita o cansaço que se origina do simples aprender sistemático. Pelo contrário, o sistema exige exposição mais coerente, e nele se há de separar cuidadosamente o tempo da exposição do da repetição. Ressaltando os pensamentos capitais, o sistema revelará as vantagens do conhecimento ordenado e acrescentará amplamente a soma dos conhecimentos. Os alunos não sabem apreciar nenhuma das duas coisas quando se inicia

prematuramente a exposição sistemática. Eles adquirirão a prática da reflexão metódica.

Análise E REFLEXAO

1. O que Herbart pensava sobre a diversidade dos métodos de ensino? 2. Que passos devem ser dados na apresentação de um objeto de estudo? 3. O que diz Herbart sobre o vocabulário a ser utilizado pelo mestre?

PROJETO DE LEI DE LEPELLETIER

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ARTIGOS GERAIS

Todas as crianças serão educadas às custas da República, desde a idade de cinco anos até doze anos para os meninos, e desde os cinco até onze anos para as meninas. * Assembléia extraordinária reunida durante a Revolução Francesa, de 1792 a 1795, com a finalidade de modificar a Constituição e aprovar novas leis de reorganização do país. LUZURIAGA, Lorenzo. História da educação pública. São Paulo, Nacional, 1959, p. 49.

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II

A educação será igual para todos; todos receberão a mesma alimentação, as mesmas vestimentas, a mesma instrução e os cuidados para todos; todos receberão a mesma alimentação, as mesmas instrução e os mesmos cuidados.

III

Sendo a educação nacional dívida da República para com todos, todas as crianças têm direito de recebê-la, e os pais não poderão se subtrair à obrigação de fazê-las gozar de suas vantagens.



IV o da educação nacional será de fortificar o corpo e desenvolvê-lo por de ginástica, de acostumar as crianças ao trabalho das mãos, de endurecê-las toda espécie de cansaço, de dobrá-las ao jugo de uma disciplina salutar, de formar-lhes o coração e o espírito por meio de instruções úteis e de dar os conhecimentos necessários a todo cidadão, seja qual for sua profissão.

V

Quando as crianças chegarem ao termo da educação nacional, serão recolocadas nas mãos de seus pais ou tutores, e entregues aos trabalhos de diversos ofícios e da agricultura; salvo as exceções que serão especificadas logo após, em favor daqueles que anunciariam talentos e disposições particulares.



VI O acervo dos conhecimentos humanos e de todas as Belas Artes será conservado e enriquecido através dos cuidados da República; seu estudo será dado pública e gratuitamente por mestres assalariados pela nação. Seus cursos serão divididos em três graus de instrução: escolas públicas, institutos e liceus.

VII As crianças não serão admitidas a esses cursos senão depois de terem percorrido a educação nacional.

Não poderão ser recebidas antes dos doze anos nas escolas públicas. O curso de estudo aí será de quatro anos; será de cinco nos institutos e de quatro anos nos liceus.

VIII Para o estudo das Belas Letras, das Ciências e das Belas Artes, será escolhida uma entre cinqüenta crianças. As crianças que tiverem sido escolhidas serão mantidas às custas da República junto às escolas públicas, durante o curso de estudo de quatro anos.

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Entre estas, depois que tiverem terminado o primeiro curso, será escolhida metade delas, isto é, aquelas cujos talentos se desenvolveram mais, serão igualmente mantidas às custas da República junto aos institutos durante os cinco anos do segundo curso de estudo. Enfim, metade dos pensionistas da República que tiverem percorrido com mais distinção o grau de instrução dos institutos, serão escolhidos para serem mantidos junto ao Liceu e aí seguirem o curso de estudos durante quatro anos.

X

O modo dessas eleições será determinado abaixo.



XI

Não poderão ser admitidos a concorrer os que, por suas faculdades pessoais, ou pelas de seus pais, estariam em condições de seguir, sem os auxílios da República, esses três graus de instrução.

XII

O número e o local de escolas públicas, institutos e liceus, bem como o número de professores e o modo de instrução serão determinados abaixo.



DA EDUCAÇÃO NACIONAL

I

Será formado em cada cantão um ou vários estabelecimentos de educação pública nacional, onde serão educadas as crianças de ambos os sexos, cujos pais e mães (ou, se órfãs, cujos tutores) estiverem residindo no cantão.



II Quando uma criança tiver atingido a idade de cinco anos completos, o pai e a mãe (ou se órfã, seu tutor) serão obrigados a conduzi-la à casa de educação nacional do cantão e entregá-la nas mãos das pessoas que estiverem indicadas para isso.

III Os pais e mães ou tutores que negligenciarem o preenchimento desse dever perderão os direitos de cidadãos e serão submetidos a um duplo imposto direto durante todo o tempo que subtraírem a criança à educação comum.

IV Quando uma mulher conduzir uma criança com a idade de cinco anos ao estabelecimento de educação nacional, ela receberá da República, para cada Uma das quatro primeiras crianças que tiver educado até essa idade, a soma de Cem libras; o

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dobro para cada criança que exceder o número de quatro até oito; e, finalmente, trezentas libras para cada criança que exceder esse último número. (...)

IX

Todas as crianças de um cantão ou de uma seção serão tanto quanto possível reunidas num só estabelecimento; haverá para cada 50 meninos um professor e para cada número igual de meninas uma professora. Em cada uma dessas divisões, as crianças serão classificadas de maneira tal que os mais velhos serão encarregados de vigiar os mais jovens e de fazê-los repetir as lições, sob as ordens de um inspetor, professor ou professora, assim como será explicado pelo regulamento.



X

Durante o curso da educação nacional, o tempo das crianças será dividido entre o estudo, o trabalho das mãos e os exercícios de ginástica.

XI Os meninos aprenderão a ler, escrever e contar e lhes serão dadas as primeiras noções de medida e superfície. Sua memória será cultivada e desenvolvida; ensinar-se-lhes-á a decorar alguns cantos cívicos e o enredo dos traços mais emocionantes da história dos povos livres e da história da Revolução Francesa. Receberão também noções da constituição de seu país, da moral universal e da economia rural e doméstica.

XII As meninas aprenderão a ler, escrever e contar. Sua memória será cultivada pelo estudo de cantos cívicos e de alguns episódios da História próprios a desenvolver as virtudes de seu sexo. Receberão também noções de moral e de economia doméstica e rural.

XIII

A principal parte da jornada será empregada pelas crianças de um e outro sexo nos trabalhos manuais. Os meninos dedicar-se-ão aos trabalhos possíveis de sua idade, seja apanhar e distribuir materiais sobre as estradas, seja nas oficinas de manufaturas que se encontrem aos cuidados da casa de instrução nacional, seja nas tarefas que poderão ser executadas no interior da casa; todos serão exercitados no trabalho da terra. As meninas aprenderão a fiar, costurar e limpar; poderão ser empregadas nas oficinas de manufaturas vizinhas ou em trabalhos que poderão ser executados no interior da casa de educação. (...)



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XV O produto do trabalho será empregado assim como segue. Os nove décimos do produto serão aplicados às despesas comuns da casa, um décimo será enviado no fim de cada semana à criança para dispor dele à sua vontade.

XVI

Toda criança de um e outro sexo, com idade acima de oito anos, que, na jornada precedente de um dia de trabalho, não tiver preenchido a tarefa equivalente à sua nutrição, não tomará sua refeição senão após os outros, e terá a humilhação de comer sozinha; ou então será punida com uma admoestação pública que será indicada pelo regulamento. (...)



XIX As crianças receberão igual e uniformemente, cada uma, segundo sua idade, uma alimentação sã, mas frugal, uma veste cômoda, mas grosseira; deitarão sem conforto excessivo, de tal modo que, qualquer que seja a profissão que abracem e em qualquer circunstância que se possam encontrar durante o transcorrer de sua vida, conservarão o hábito de poder-se privar de comodidades e de coisas supérfluas, bem como desprezar as necessidades artificiais. (...)

XXIV


Para reger e velar pelos estabelecimentos de educação nacional, somente os pais de família domiciliados no cantão ou seção formarão um conselho de 52 pessoas escolhidas entre eles. Cada membro do conselho será obrigado a sete dias de vigilância no decorrer do ano, de modo que cada dia um pai de família será aproveitado na casa de educação. Sua função será a de velar pela preparação e distribuição dos alimentos das crianças; pelo emprego do tempo e sua divisão entre o estudo, o trabalho das mãos e os exercícios; pela exatidão dos professores e das professoras ao preencher as tarefas que lhes são confiadas; pela propriedade; pela boa conduta das crianças e da casa; pela manutenção e execução do regulamento; enfim, cada membro do conselho deverá providenciar o que as crianças receberão em caso de doença, providenciar a respeito dos socorros e cuidados convenientes.

Quanto ao mais e aos detalhes das funções do pai de família supervisor, serão explicados pelo regulamento. O conselho dos pais de família proporá, além disso, uma administração de quatro membros retirados de seu seio para determinar, segundo (B tempos e as estações, os alimentos que serão dados às crianças; regular as fixar os gêneros de trabalhos manuais em que as crianças serão empregadas seu preço.

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A organização e os deveres, tanto do conselho geral dos pais de família como da organização particular, serão mais amplamente determinados por um

regulamento.

XXV


No começo de cada ano, o conselho de pais de família fará passar ao departamento a folha de serviço das crianças que foram educadas na casa de educação nacional de seu cantão ou seção e das que morreram no correr do ano precedente. Enviará, do mesmo modo, a folha de serviço concernente ao trabalho das crianças durante o ano. As duas folhas de serviço acima mencionadas serão duplas, uma para os meninos, outra para as meninas. Será designada pelo departamento urna gratificação de 300 libras a cada um dos professores da casa na qual morrer durante o ano um menor número de crianças, comparativamente às outras casas situadas no departamento, observadas as proporções do número de crianças que aí tiverem sido educadas. Igual gratificação será designada a cada um dos professores da casa na qual o produto do trabalho das crianças terá sido considerável, comparativamente às outras casas do departamento, observadas também as proporções do número de crianças que aí tiverem sido educadas. As disposições precedentes terão lugar igualmente em favor das professoras das meninas, O departamento fará imprimir cada ano o nome das casas, dos professores e das professoras que tiverem obtido essa honra. O quadro será enviado ao corpo legislativo e afixado em cada uma das municipalidades do departamento.

XXVI


Para a perfeita organização das escolas primárias, proceder-se-á à composição de livros elementares que serão indicados para a solução de questões.

In ROSA, Maria da Glória de. A história da educação através de textos. São Paulo, Cultrix,1985.

ANÁLISE E REFLEXÃO

1. Explique as razões do fracasso do piano educacional elaborado por Lepelletier.

2. Destaque os artigos do Plano Nacional de Educação da Revolução Francesa que você considera válidos para os dias de hoje.


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